Perguntas mais frequentes sobre investigação de paternidade
Escrito por: Angelo Mestriner
O que é investigação de paternidade e como funciona o processo?
A investigação de paternidade é geralmente iniciada quando a mãe, representando os interesses da criança, solicita a realização de testes de DNA para determinar a paternidade, mas também pode ser iniciada pelo suposto pai e pelo filho já adulto.
O direito de ter reconhecida a paternidade é imprescritível.
A investigação de paternidade pode ser necessária em várias situações, como em processos de pensão alimentícia, adoção, herança, questões de guarda ou visitação, entre outras.
O processo pode ser conduzido por meio de ação judicial e, geralmente, envolve testes de DNA para comprovação do vínculo biológico.
A investigação de paternidade também pode ter origem pelo vínculo de filiação socioafetiva. Maiores informações sobre socioafetividade podem ser lidas neste link: "Perguntas mais frequentes sobre parentalidade socioafetiva".
O que é investigação de maternidade?
Qual o objetivo da ação de investigação de paternidade biológica?
Este mesmo entendimento se aplica aos casos em que os filhos ajuízam ação de investigação de maternidade.
Quem tem legitimidade para ajuizar ação de investigação de paternidade biológica?
1) o filho menor (assistido pelo representante legal) ou o filho maior de idade que não teve o reconhecimento do pai de forma voluntária;
2) os herdeiros do filho, caso ele faleça;
3) o pai, em razão da mãe de seu filho não ter informado o nome do genitor no momento da confecção do assento de nascimento do infante;
4) os netos do genitor pré-morto, conforme posicionamento da terceira turma do STJ, com voto proferido pela ministra Nanci Andrighi, em junho/2021.
O neto do genitor pré-morto tem direito de ajuizar ação de investigação de paternidade biológica?
Segundo o acórdão sob relatoria da Ministra Nanci Andrighi, os herdeiros de pai pré-morto têm legitimidade para ajuizar ação declaratória de relação avoenga caso o próprio falecido não tenha pleiteado, em vida, a investigação de sua origem paterna, sendo irrelevante o fato de ele ter sido registrado por outra pessoa que não o genitor.
Quais os requisitos necessários para propor a ação de investigação de paternidade biológica?
O juiz, uma vez convencido da relação afetiva entre o casal, requisitará a realização do exame de código genético (exame de DNA) para apurar o reconhecimento da paternidade biológica.
Como se apura o reconhecimento da paternidade biológica?
Quando o genitor é falecido, o reconhecimento da paternidade ocorre por meio do exame de DNA entre os parentes paternos do genitor falecido e o suposto filho.
É possível ainda requerer a exumação do corpo do suposto pai falecido para realização de exame de DNA, quando os parentes paternos se recusam a fornecer material genético para exame de DNA.
Também é possível reconhecer a paternidade biológica por meio da presunção. Isso ocorre quando não é possível realizar o exame de DNA, por recusa ou impossibilidade de fornecimento do material genético do suposto genitor ou dos parentes paternos.
Nesse cenário, o juiz analisa provas documentais e testemunhais a fim de comprovar o estado de filiação entre a criança e o suposto pai.
O suposto pai pode se recusar a realizar o exame de DNA? O que acontece nesse caso?
A recusa à submissão ao exame de DNA por parte do suposto pai gera a presunção de paternidade?
No entanto, cumpre anotar que essa presunção juris tantum pode ser ilidida, ou seja, trata-se de presunção relativa. Daí a importância da análise do caso concreto.
Portanto, a simples recusa à coleta do material genético específico para o exame de DNA, por si, não torna a presunção absoluta.
O exame de DNA é gratuito?
Após o reconhecimento da paternidade biológica, a certidão de nascimento do filho é alterada para incluir o nome do pai biológico?
Após o reconhecimento da paternidade biológica, o filho pode incluir o sobrenome do pai em seu nome?
O pai biológico pode ser contra ou negar a inclusão de seu sobrenome ao nome do filho reconhecido judicialmente por meio da ação de investigação de paternidade biológica?
É possível o pai requerer a propositura de uma ação de investigação de paternidade para ter certeza que a criança é sua filha biológica?
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade de filho registrado em nome de outro?
Nesta hipótese, uma vez reconhecida a paternidade biológica, a depender do caso concreto, é possível:
1) excluir o pai registral, substituindo pelo pai biológico ou;
2) aplicar o conceito de multiparentalidade de modo a permitir que a criança tenha em seu registro o nome de dois pais (biológico e socioafetivo).
Maiores informações sobre multiparentalidade (parentalidade socioafetiva) podem ser lidas neste link: "Perguntas mais frequentes sobre parentalidade socioafetiva".
O que é investigação de paternidade póstuma?
Isso pode ser feito por meio de exame de DNA por meio da exumação do corpo do falecido ou exame de DNA entre os parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes.
A finalidade desse tipo de investigação é permitir que os filhos possam ter reconhecido oficialmente o seu pai biológico, bem como buscar eventuais direitos hereditários e de pensão alimentícia.
A paternidade póstuma também pode ser reconhecida pela socioafetividade. Maiores informações podem ser lidas neste link: "Perguntas mais frequentes sobre parentalidade socioafetiva".
Como realizar a investigação de paternidade quando o pai é falecido ou não existem notícias de seu paradeiro?
O que é investigação de paternidade após a morte?
Como se apura o vínculo biológico na investigação de paternidade póstuma?
A depender da situação, admite-se também a exumação do corpo do falecido para realização de exame de DNA.
Os parentes podem se negar a realizar o exame de DNA em ação de investigação de paternidade póstuma?
O filho não reconhecido tem direito de receber herança do inventário deixado pelo suposto pai falecido?
Portanto, o filho não reconhecido deve ajuizar uma ação de investigação de paternidade 'post mortem' para ser reconhecido como filho da pessoa falecida.
Reconhecido o estado de filiação, o filho tem direito a integrar o inventário como herdeiro legítimo e receber a herança do pai falecido.
É possível ajuizar uma ação de petição de herança em dependência da ação de investigação de paternidade para proceder com a reserva de bens na hipótese do suposto filho ser reconhecido como filho legítimo da pessoa falecida?
Naqueles autos, o TJ-MT autorizou a reserva de bens suficiente, que porventura, venha caber ao suposto filho, referente ao quinhão hereditário pertencente aos herdeiros, proveniente do procedimento inventário e partilha de bens já realizado.
Destacou o Tribunal que "é importante registrar que a medida liminar concedida em ação de petição de herança objetiva tão somente a reserva de bens em inventário extrajudicial e preservação dos direitos de herança enumerados pela parte autora, não acarretando prejuízo ao agravado, acaso improcedente o pedido, uma vez que não contempla disposição de patrimônio.".
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade com pedido de herança?
O filho reconhecido em uma ação de investigação de paternidade póstuma tem direito a herança?
O filho reconhecido em uma ação de investigação de paternidade póstuma tem direito a herança já partilhada?
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade contra os avoengos?
Embora a investigação de paternidade seja um direito personalíssimo (só pode ser exercido pelo titular), há entendimento firmado pelo STJ que admite a propositura de uma ação declaratória para que o Judiciário diga se existe ou não relação material de parentesco entre o neto com o suposto avô ou avó.
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade por meio da relação com o irmão do suposto pai?
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade por meio da relação com o tio?
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade por meio da relação com o primo, filho do irmão do suposto pai?
A investigação de paternidade pode ser proposta por filho maior de idade?
A investigação de paternidade pode ser proposta por filho adotado por meio da adoção à brasileira?
A investigação de paternidade pode ser proposta por filho adotado por meio do Sistema Nacional de Adoção (adoção plena por meio de procedimento judicial)?
De outro lado, também há posicionamento jurisprudencial pela impossibilidade jurídica do pedido, uma vez que o autor da ação foi adotado mediante um procedimento judicial, sem qualquer irregularidade e em caráter irrevogável, cuja sentença que admitiu a adoção transitou em julgado.
Como se nota, há divergência jurídica sobre o tema.
É possível ajuizar ação de investigação de paternidade com alimentos?
O pai pode deixar um testamento que exclui o filho reconhecido pela ação de investigação de paternidade?
Contudo, o testador pode dispor de 50% da herança, que chamamos de parte disponível. Nesta hipótese, é possível excluir qualquer herdeiro necessário, inclusive, o filho reconhecido pela ação de investigação de paternidade.
O que acontece se uma das partes falecer no curso do processo de investigação de paternidade?
É obrigatório contratar advogado para propor ação de investigação de paternidade?
O que o suposto pai deve fazer quando receber citação para se defender da ação de investigação de paternidade?
Quanto custa uma ação de investigação de paternidade?
As custas do processo compreendem pagamento de taxas, honorários de peritos e honorários de sucumbência, se houver. Os valores das custas estão previstos no Tribunal de Justiça, variando conforme o Estado da Federação.
Os honorários advocatícios variam de acordo com a experiência, competência, qualidade de especialista do advogado contratado e complexidade da causa, sempre obedecendo um valor mínimo de honorários estabelecido pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Desse modo, advogado que presta serviços por um valor inferior àquele determinado pela tabela de honorários advocatícios disponibilizada pela classe de Advogados é sinal que ele está, guardada a peculiaridade de cada caso, agindo em desacordo com o Código de Ética da classe de advogados, podendo, inclusive, ser punido por isso.
A tabela de honorários advocatícios também pode ser encontrada no site da Ordem dos Advogados do Brasil, variando conforme o Estado da Federação.
Quais são os honorários advocatícios para ajuizar uma ação de investigação de paternidade?
No estado de São Paulo, no ano de 2023, foi determinado pela OAB que os honorários advocatícios mínimos para propositura de um processo de investigação de paternidade para defesa em juízo de primeiro grau seja de R$ 10.717,25.
Quais as diretrizes do escritório do Dr. Angelo Mestriner para defesa ou ajuizamento de uma ação de investigação de paternidade?
Nesse sentido, o primeiro passo é agendar uma consulta jurídica com o Dr. Angelo para análise do caso concreto e avaliação jurídica sobre a viabilidade ou não daquilo que o cliente almeja, bem como orientações e esclarecimentos jurídicos.
A consulta jurídica é paga?
Em certa medida, a consulta jurídica se assemelha à consulta médica.
Assim como um paciente procura um médico quando apresenta sintomas de uma doença ou precisa de orientação sobre cuidados de saúde, uma pessoa pode procurar um advogado para obter orientação e ajuda em questões jurídicas.
Na consulta jurídica, o advogado analisa o caso apresentado pelo cliente, esclarece dúvidas, oferece orientações sobre direitos e obrigações, indica medidas a serem tomadas e, se necessário, elabora um plano de ação para solucionar o problema apresentado.
O objetivo é prestar um serviço que atenda às necessidades do cliente e resolva ou minimize os problemas jurídicos envolvidos.
Assim como na consulta médica, a relação entre advogado e cliente é pautada pelo sigilo profissional e pelo dever de cuidado, ou seja, o advogado tem o dever de manter em segredo as informações confidenciais reveladas pelo cliente e de prestar o serviço com o máximo de diligência e cuidado possíveis.
Nesse sentido, a consulta jurídica é uma forma de garantir a segurança jurídica do cliente, evitando problemas futuros e orientando-o a tomar as decisões mais adequadas em relação a um determinado assunto.
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Veja também
1) Perguntas mais frequentes sobre negatória de paternidade.
2) Perguntas mais frequentes sobre paternidade socioafetiva.
3) Perguntas mais frequentes sobre pensão alimentícia para gestante.
Exclusividade
Sobre o advogado
Advocacia familiar. Advogado especializado em assuntos jurídicos sobre investigação de paternidade.
Angelo Mestriner é advogado especializado em Direito de Família e Sucessões. É pós-graduado pela USP (Universidade de São Paulo) e pela Faculdade Damásio de São Paulo. É membro do IBDFam (Instituto Brasileiro de Direito de Família). É mediador e facilitador de conflitos, capacitado pela EPM (Escola Paulista da Magistratura). Atua com causas familiares desde o período acadêmico quando iniciou suas atividades de estágio no Escritório Modelo mantido pela Faculdade e, após, no Ministério Público do Estado de São Paulo.
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Situado na emblemática Avenida Paulista, entre a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, — a poucos metros da estação de metrô Brigadeiro (linha 2-verde) — o escritório do Dr. Angelo Mestriner se diferencia no cenário jurídico de São Paulo por sua infraestrutura inovadora e a personalização no atendimento ao cliente.
Com a implementação de um sistema de atendimento que engloba tanto a interação face a face quanto consultas por videochamada, o escritório de advocacia do Dr. Angelo Mestriner transcende as barreiras físicas, garantindo que clientes de qualquer parte do Brasil possam se beneficiar de seus serviços especializados em Direito de Família e Sucessões.
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